adventos Cristicos

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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Santa Isabel da Hungria

Santa Isabel da Hungria, foi Tia-Avó da Rainha Santa Isabel de Portugal.

D. Isabel da Hungria
D. Isabel da Hungria nasceu a 7 de Julho de 1207 em Pressburg, na antiga Hungria, local que hoje pertence à Eslováquia e que recebeu o nome de Bratislava desde o ano de 1919, era a 2ª de cinco filhos dos reis André II da Hungria e de Gertrudes de Andechs-Meran.
D. Isabel teve em sua família consanguínea algumas figuras que mais tarde viriam a ser canonizadas, do lado paterno, a prima santa Inês de Praga, e do lado materno, a tia santa Edwiges, as sobrinhas, santa Cunegundes e santa Margarida da Hungria, foi ainda tia-avó da rainha santa Isabel de Portugal.
Por volta do ano 1211, viajou para Turíngia, na longínqua Alemanha para celebrar o noivado com o seu futuro marido Luís IV, filho de Landgrave Hermano I e de Sofia da Bavária, quando Isabel tinha apenas 4 anos e Luís 11, o noivado foi celebrado no castelo de Wartburg, em Eisenach, capital do ducado de Turíngia e desde então lá viveram os dois sendo educados juntos.
O jovem príncipe Luís amava verdadeiramente Isabel, que se tornava a cada dia mais bonita, amável e modesta. Ambos eram católicos fervorosos, Luís admirava a noiva, amável nas palavras e atitudes, que vivia em orações e era muito generosa em caridade com os pobres e doentes.
No entanto a sua futura sogra, Sofia da Bavária não apreciava a sua caridade e supostamente teria ciúmes da relação de Isabel com seu filho, assim como mais alguns parentes de seu futuro esposo, tentando inclusive convence-lo a desistir do casamento, alegando que ela seria uma esbanjadora, pois a todos os pobres e doentes ela queria ajudar.
A própria corte a perseguia por causa do seu desapego e simplicidade cristã, mas Luís foi firme ao afirmar que preferia abdicar do reinado a desistir de casar com Isabel.
Em 1221 quando Luís atingiu a maioridade, foi coroado rei, e casou-se então com Isabel, que se tornou rainha aos 14 anos de idade, foi então que se deu o inesperado, Isabel recusou usar a coroa, símbolo da realeza, na cerimónia realizada na igreja, alegando que, diante de nosso rei Jesus, coroado com uma coroa de espinhos, não poderia usar uma coroa tão preciosa, então o rei Luís IV, acompanhou o seu desejo e tornou-se rei sem colocar a coroa.
Conta-se que certa vez, D. Isabel, quando levava comida para os pobres na dobra de seu manto, cruzou-se com seu marido que voltava da caça, espantado com o peso que D. Isabel carregava, terá lhe perguntado o que ela levava, ao que ela respondeu, são rosas senhor, Luís não acreditando na sua esposa, pois era inverno e não seria época de rosas, pediu-lhe para lhe mostrar, foi então que ela abriu o manto que apertava contra seu corpo, e nada mais achou do que belas rosas vermelhas, seu marido diz-lhe para seguir seu caminho, apanhando uma das rosas que guardou até ao fim de seus dias. Este acontecimento, conhecido como Milagre das Rosas, foi também atribuído à sua sobrinha-neta, rainha santa Isabel de Portugal, desconhecendo-se, se é uma confusão da historia, ou se realmente aconteceu com ambas as duas.
Em outra situação, também se conta que Luís, avisado por sua mãe, Sofia da Bavária, de que a sua esposa, D. Isabel, teria acolhido e levado para seu leito, um enfermo vítima de lepra, correu para lá, pois isso seria uma grande imprudência da parte da rainha, mas ao entrar no quarto, abriu os seus olhos da alma, e viu uma imagem de Jesus crucificado, foi desde então, que ele passou a apoiar e a auxiliar mais fervorosamente sua esposa nas suas grandes obras de caridade, no entanto, tamanha generosidade para com os pobres e doentes, era mal vista, e irritava os irmãos do rei, Henrique e Conrado da Turíngia.
Do seu casamento nasceram três filhos, em 1222, deu a luz, o filho Hermano, mais tarde em 1224, a filha, Sofia, e pouco antes da morte de seu marido em 1227 nasceu, a filha Gertrudes.
Estava grávida de Gertrudes quando seu marido lhe comunicou que iria acompanhar o imperador Frederico II, a uma guerra das Cruzadas para libertar Jerusalém. Depois de partir para a Cruzada, Luís contraiu a doença de peste negra e acabou por falecer, D. Isabel, recebe a notícia pouco depois de ter dado a luz a sua filha Gertrudes.
Seus cunhados que nada simpatizavam com a rainha, e livres que estavam do tumor que nutriam pelo seu irmão mais velho, expulsaram do castelo D. Isabel juntamente com seus três filhos, em pleno inverno, sem dinheiro e sem qualquer mantimento e ainda proibiram o povo de agasalha-la a ela e aos seus filhos.
Acabou por ser acolhida por sua tia, Matilda, Abadessa do convento Cisterciense de Ktinzengen, e desde então se tornou freira da Ordem Terceira Franciscana, junto com suas fiéis damas de companhia Jutta e Isentrude.
Mais tarde, os cavaleiros que acompanharam Luís IV na Cruzada, voltaram com a missão de dar protecção a D. Isabel, pois teria sido o último pedido do rei, quando chegaram ao castelo e se depararam com o sucedido, enfrentaram corajosamente os cunhados da rainha, e censuraram todo o mal contra a viúva e seus sobrinhos. Eles não resistiram a tamanha firmeza acabando por pedir desculpa à rainha e devolver todos os seus bens e propriedades.
D. Isabel voltou ao castelo, mas não mais despiu o hábito, foi então que usou grande parte de sua fortuna ao mandar construir um hospital em honra de Francisco de Assis, em Marburgo, e um convento de Franciscanas.
Certa vez, quando perguntada sobre que fim queria dar à herança que lhe pertencia, respondeu: minha herança é Jesus.
Depois de assegurar o futuro no reino de seus filhos, D. Isabel preferiu viver na pobreza absoluta, o que à muito já desejava, retirou-se para o hospital de Marburgo onde passou a prestar assistência directa aos pobres e doentes a tempo inteiro, nas tarefas mais elementares, lavava-os, ajudava-os precisamente nas suas necessidades mais básicas, vestia-os, tecia-lhes roupas, compartilhava a sua vida e o seu destino, e nos últimos anos teve de sustentar-se apenas com o trabalho das próprias mãos.
Nessa época de sua vida, a santidade de Isabel manifestou-se de forma extraordinária e seu nome tornou-se famoso em todas as montanhas da Alemanha, dizia-se que João Batista vinha lhe trazer pessoalmente a comunhão e que inúmeras vezes foi visitada por Jesus e por Maria que a consolavam nos seus sofrimentos e lhe davam algum ânimo para continuar a sua caminhada junto dos mais desfavorecidos.
D. Isabel faleceu no dia 17 de Novembro de 1231, com apenas vinte e quatro anos de idade, em Marburgo, Alemanha, quatro anos mais tarde, em 1235, foi canonizada pelo papa Gregório IX, no processo de canonização, uma de suas amigas, faz um depoimento contando que em várias ocasiões foi surpreendida ao ver D. Isabel elevada no ar a mais de um metro do chão, entregue à Divindade em êxtase absoluto.
Mais tarde foi declarada padroeira das irmãs da Ordem Franciscana Secular, e a sua festa é celebrada no dia 17 de Novembro.